Quinta-feira, 29 de Outubro de 2009
Vivemos tempos difíceis cá no Brasil. Um tempo manco, perneta, onde o sinistro é ser destro. A vida por aqui pende para a esquerda. Tudo o que é bom não faz mal nem engorda, mas pende para esquerda.
Os lados se dividem entre a bela e inteligente esquerda e a nefasta direita. O grande problema é que aquilo que todos detestam na direita é o que tem feito este mundo andar até agora. Vejam o caso da China, enquanto não abraçou a economia de mercado marcou passo. Um passo esquerdista, sinistro, inútil.
Não houve livrinho de Mao ou filosofia marxista/socialista que fizesse o país andar; foi preciso abraçar a economia de mercado para que as coisas andassem. Não que a China sirva de exemplo para qualquer coisa, não serve. No fundo é uma ditadura oportunista e só.
Não há grande lance, nem grande sacada: o homem só cresce no egoísmo, que o diga o fracasso das fazendas coletivas soviéticas. O grande pecado também é o grande motor do desenvolvimento: o egoísmo, a ganância.
O socialismo/comunismo vive na premissa de que é possível voltar ao Jardim do Éden; não é. Ninguém divide nada a não ser com um fuzil na cabeça. Os casos de Cuba, China, Vietnã e outros não nos deixam mentir.
Faça sua escolha: viva no progresso e no egoísmo ou opte pela igualdade sem liberdade.
Segunda-feira, 8 de Setembro de 2008
O título desse post deveria ser apropriadamente Escala de Valores, na forma como o assunto - valores - normalmente é denominado. Abreviei, no entendimento que que não há como se falar em "escala" se não temos "valores propriamente ditos". Como colocar em ordem o vazio?
Para hierarquizar valores, primeiramente, se faz necessário reconhecer a existência deles. Para dizer que a minha família é mais importante do que o estado, preciso reconhecer a família e o estado como valores e atribuir um grau de importância a cada um deles. Somente depois disso é que estarei em condições de priorizar um deles.
Vivemos tempos difíceis! Tempos em que a máxima "os fins justificam os meios" é cada vez mais aplicada e - pior! - aceita no meio social. Não é de se estranhar essa atitude monstruosa, esse quase "antropofagismo" em que pais eliminam os próprios filhos - e vice-versa - com a finalidade de facilitar a existência.
Crianças atiradas pelas janelas, incendiadas, esquartejadas, massacradas, enfim, submetidas a todos os tipos de desumanidades passaram a ser ocorrências comuns no nosso cenário nacional. Consciência? O que é isso?
Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2006
Estamos nos dias finais desse 2006. O que podemos falar dele, já passou, não conta mais; como acho bobagem falar de 2007, um ano que ainde nem se iniciou. O mais importante é falar do dia de hoje, do aqui e agora, do presente que é o teatro onde a vida se desenvolve.
Aproveitemos sempre o hoje, a única coisa que temos, o palpável, o utilizável. Feliz hoje para todos vocês!
Sexta-feira, 3 de Novembro de 2006
Não estou defendendo a pequenez, não estou defendendo o anonimato, ironizo a importância de ser desimportante nesse país onde tudo é feito pelos e para os importantes. Os importantes nesse país são os que tem voz ativa, política, que normalmente é obtida a custa de dinheiro, vivemos numa sociedade capitalista onde o dinheiro é a forma de se comprar tudo, até a expressão.
Até mesmo para ser um desses ditos "representantes do povo", é necessário ter muito dinheiro, uma quantia que, normalmente um qualquer do povo não tem. São obrigados, então, a receberem de quem o tem, que passam a ser os verdadeiros donos dos "representantes do povo", os quais passam a não representar mais povo nenhum, mas sim aqueles que compraram os seus mandatos.
E assim as oligarquias vão se mantendo no poder, não por legislaturas, mas por séculos. Pela vida inteira do país. Os cargos políticos são loteados, os currais eleitorais são passados de pai para filho, verdadeiros cartórios. O povo - mantido no mínimo do seu conhecimento e cultura - é manobrado como um rebanho de ovelhas que, em meio a lobos, é uma presa fácil dos inescrupulosos.
Vez ou outra você ouve uma voz que se eleva para reclamar do estado de coisas. Reclamação que não faz verão, não têm alcance no espaço e no tempo. Acaba se restringindo a meia duzia de implicantes, de reclamadores de plantão. O melhor mesmo é ser desimportante, anônimo, engrossar as fileiras daqueles que "não estão nem aí".
Sábado, 9 de Setembro de 2006
Quisera ver o diferente como igual. Mais! Quisera que a minha polidez, e o meu bom trato, viessem do coração e não da razão, que isso me fosse alguma coisa natural e não um esforço de aceitação, mas não sou assim. Acredito que declarar essa minha falha é uma honestidade pessoal necessária.
Aceito o diferente e as diferenças nos comportamentos; fui educado para essa aceitação. Seria incapaz de discriminar quem quer que fosse baseado nisso. Mas preciso confessar que essa é uma atitude que consigo pelo exercício de uma espécie de autocontrole, não pela simples aceitação pela aceitação.
Vejo no diferente o anormal; não consigo enxergar nele a normalidade mascarada na diferença. E me cobro esse ver, esse comportamento; não queria ser assim...
Sexta-feira, 11 de Agosto de 2006
Esses maus tratos a que me refiro são ao planeta e a sua vida. Não estamos sendo nenhum pouco delicados na forma como lidamos com os mais variados aspectos que poderiam tornar a nossa vida aqui na terra um pouco melhor.
Ao contrário! Agredimos a natureza, aos nossos semelhantes, o nosso futuro, enfim, vivemos colocando em risco as nossas chances de sobrevivência. Agimos temerariamente, como se a nossa sobrevivência estivesse assegurada pelo sobrenatural.
Poucas vozes se levantam para chamar a atenção ante a eminência das catástrofes. Até quando?
Quarta-feira, 21 de Junho de 2006
Pois é quando tudo o mais se cala em mim que ressurges, tu, que sempre estivestes cá em mim, escondida em algum canto obscuro, num escuro. De um lugar que foge aos meus olhos, e quando reina um silêncio em minh'alma, tu ressurges. Tu és a vida em essência, a pureza que se atinge quando partem as excrescências do viver. És primitiva, a primeira, és a última, a derradeira companheira, verdadeiro encanto, és um sempre, um só ser, a festa do meu ser.
Domingo, 28 de Maio de 2006
Os fins, os meios, e a ética nesse meio. Existe um ídolo brasileiro, um grande jogador de basquete, que já se retirou das quadras, um excelente atleta, mas com um grave defeito: sua vontade de vencer - que em si é uma grande qualidade - ultrapassa quaisquer outros valores, ou seja, para ele, os fins - a vitória - justifica os meios, ou qualquer meio é licito para obter a vitória. Infelizmente não posso concordar com isso, acho que de sã consciência ninguém concorda. Quando você é torcedor do lado vencedor você tende a minimizar as atitudes, mas é nessa hora que se vê quem tem princípios.
Começo falando desse nosso astro para falar de outro, do dick vigarista das pistas, de Michael Schumacher. Não se trata de colocar em julgamento as inegáveis qualidades como piloto de Schumacher, isso não está em discussão, mas é o tipo de atleta que tem o mesmo comportamento quando se trata de vencer: os fins justificam os meios.
Por mais de uma oportunidade ele deu mostras disso, e agora, nesse final de semana que passou reafirmou essa sua indiscutível propensão a ser um mau esportista, quando tentou simular "um erro" para ficar com a pole do GP de Mônaco. Mereceu o castigo merecido, foi para o final do grid, mas já ganhou campeonato mundial jogando um carro com três rodas contra quem liderava a prova.
Um líder sem caráter não lidera a ninguém.
Terça-feira, 16 de Maio de 2006
Eu imagino a impressão que deve ter sido passada para todo o mundo dos últimos, como podemos chamar isso que aconteceu, incidentes? Acho que nomeá-los assim seria menosprezar os graves ataquees ocorridos principalmente no Estado de São Paulo nesses últimos dias. Foi um quadro de quase guerra civil, uma mega operação desencadeada pelo crime organizado baseado nas prisões do Estado de São Paulo, valendo-se dos criminosos atualmente soltos, contra a polícia, os ônibus, visando criar esse clima de guerra civil.
A motivação foi a transferência de alguns elementos considerados chefes desse movimento, que atualmente cumprem pena em presídios paulistas para outras unidades, transferência essa "não autorizada pelo crime organizado, não autorizada pelo PCC, Primeiro Comando da Capital, nome dessa organização criminosa".
Vejam a ironia, escrevi aqui, "não autorizada pela organização criminosa", como se a organização tivesse o poder de determinar quem transfere quem. É preciso que se diga que quase tudo isso só foi possível pela existência de um sistema penitenciário falido, onde normalmente existe o dobro de apenados do que a capacidade de cada unidade penal.
O Governo Federal, através do incompetente Lula da Silva, investe menos recursos no sistema penitenciário nacional (460 milhões de reais anuais) do que na manutenção das tropas que o Brasil enviou para a segurança do Haiti (780 milhões de reais anuais), na sua pretensão de ocupar um vaga no conselho de segurança da ONU, pretensão essa sempre vetada pelos Estados Unidos.
Outro fator que colabora para esse estado de coisas é a frouxidão das leis brasileiras, nossa constituição, editada no período pós-revolucionário, teve como inspiração máxima as garantias individuais; a balança entre a segurança e as nossas garantias pendeu totalmente para o lado das garantias. Enfraqueceu-se tanto o poder do estado, que hoje a população é refém da marginália, pois tornou o estado sem meios legais para combater o crime.
Como não houve modificação na legislação, nem na postura do Estado; como os organismos policiais perderam totalmente a autoridade para enfrentarem o crime, não vejo longe o momento em que os cidadãos vão começar a ser arrancados pelos cabelos das suas casas pela marginália. Estamos perto de ser uma terra sem lei...
Sexta-feira, 21 de Abril de 2006
Acompanhei as manifestações populares ocorridas na França contra as modificações na Lei do Primeiro emprego. Não quero entrar no mérito do assunto, confesso que não estou inteiramente ao par do assunto, só sei - sem ter absoluta certeza - que a nova lei pretendia acabar com a estabilidade que havia nos dois primeiros anos de emprego para os jovens.
A minha manifestação sobre o assunto é para assinalar a diferença entre o tipo de atitude do povo francês e a do povo brasileiro ante uma lei que ele entende injusta. Aqui no Brasil o povo costuma falar, falar, falar, reclamar e ficar nisso, ou seja, não passa da conversa para a ação. Infelizmente temos essa atitude de "ovelhas", não costumamos brigar por nossos direitos.
Ficam os meus cumprimentos ao povo francês que fez valer o seu ponto de vista e o governo mudar o texto da lei que o povo julgava injusta. E, como dizem, o povo deve ter razão porque a voz do povo é a voz de Deus.